Olá, hoje volto com a rubrica dedicada aos papás na qual eles partilham a sua opinião sobre a paternidade.
O meu convidado de hoje é alguém que conheci aqui na blogoesfera e que já tive o enorme prazer de conhecer pessoalmente. Aqui fica o testemunho dele:
Olá
Quero antes de mais agradecer este excepcional convite. Eu sou o Mário e o meu filho é o G, que está neste momento com 25 meses (nasceu a 13 de Dezembro como eu). Vamos então às perguntinhas?
1. O que é para ti a paternidade?
Comecemos pelo dia em que soube que ia ser Pai. Nesse dia, senti uma felicidade enorme e indescritível, ao mesmo tempo que senti que o chão me estava a fugir de debaixo dos pés. É toda uma situação nova, de constante surpresa e aprendizagem, de sustos e coração na mão, de alegrias e batalhas travadas com doenças, falta de tempo e trabalho, de gastos extraordinários e de reacções que pensámos nunca vir a ter.
2. Como te caracterizas como pai?
Eu sou o polícia mau, o que impõe mais regras e que o vai deixar à escola e o deixa a chorar nas mãos da educadora. O pai que dá a comida de manhã e ao jantar e que não se deita com ele para o ajudar a adormecer, preferindo ficar sentado no cadeirão ao lado da cama. Mas também sou o pai que pede abraços, que faz mais cócegas e que deixa o G. ficar mais tempo no banho a brincar.
3. Enquanto pai qual o maior desafio até hoje?
O primeiro dia no colégio. E o primeiro dia de vida dele. Um porque temos que ser fortes e deixá-lo a chorar pela primeira vez enquanto voltamos costas e vamos trabalhar. O outro porque a partir dali já não há volta a dar. Existe um ser neste mundo que depende de mim e só quando o peguei pela primeira vez caiu a ficha.
4. Quais as lições mais importantes que retiraste da paternidade?
Saber relevar é uma virtude. Mas saber impor a nossa vontade por muito que nos custe também.
5. Quais os teus maiores receios?
Os óbvios... doenças e problemas físicos graves. Mas também que ele não seja bom aluno e que não tenha bom coração.
6. Qual consideras a tua maior qualidade e o teu maior defeito enquanto pai?
O meu maior defeito é a falta de paciência. A minha maior qualidade é a imensa paciência que eu tenho. Eu sei, é estranho...
7. No dia em que a tua esposa te disse "Estou grávida" - como recordas esse dia e como te foi dada a notícia?
Segunda-feira, dia 4 de Maio de 2014. 6:45 da manhã. A minha mulher traz o teste e dá-me os parabéns. O melhor soco no estômago de todos os tempos.
8. Como descreves o dia do nascimento do teu filho?
Foi o dia dos meus anos. Não poderia haver melhor prenda.
9. Daqui a muitos anos, como pensas que o teu filho se lembrasse de ti?
Gostava que me lembrasse com amor e um sorriso nos lábios.
10. Ser pai é... Cliché... A melhor sensação do mundo!
Quero desde já agradecer ao Mário pelo seu testemunho e desejar a ele, ao G e à mamã toda a felicidade do Mundo.
A nossa convidada de hoje é A Mãe dos PP's . Uma simpatia de mãe que rapidamente aceitou o meu convite em cima do joelho. =) Ora atentem nesta deliciosa conversa:
Tenho 32 anos e sou alentejana. Vivi no "meu" alentejo até aos 25 anos, idade com a qual casei e por motivos profissionais do meu marido, vim morar para o centro do país. Fui mãe pela primeira vez aos 28 anos e pela segunda vez aos 30 anos. O meu primeiro filho (Pedro) tem agora 3 anos e o meu segundo filhote (Paulo) tem 15 meses. Luto todos os dias na tentativa de lhes dar o melhor de mim, a minha atenção, o meu amor e educá-los para que sejam bons seres humanos. Enquanto mãe, tenho imensos defeitos, quebro facilmente ao primeiro choro, ao ver os olhos deles embargados, sou facilmente desarmada por eles. Sou distraída e muitas vezes vou pela minha intuição de mãe, em vez de seguir as instruções da pediatra (ups... não devia dizer isto =) ) O Pedro é uma criança muito doce e perspicaz, gosta muito de dar miminhos, mas quando quer é um terrorista cá em casa. O Paulo é muito mexido, não gosta muito de beijinhos e adora comer =)
Mãe, conta-nos aqui: o que tens aprendido nisto da maternidade?
Aprendi a conhece- me melhor enquanto ser humano, isto é, os meus filhos trouxeram uma parte de mim que ainda não conhecia, sou mais sensível do que pensava, sou mais forte também, ganhei medo de morrer com receio de não estar cá para eles, tenho medo de falhar com eles. Ganhei uma capacidade incrível de ignorar opiniões que não interessam, consigo contornar aquelas situações de "os teus filhos já deviam fazer, os teus filhos já fazem isto, os meus já conseguem fazer isto e aquilo..." Há muito tempo que percebi que cada criança é diferente e tem o seu próprio tempo. Evidente, que com o primeiro filho fui mais apreensiva com o receio de ser má mãe, com o segundo filho, sou muito mais despachada e menos receosa. O amor por eles é igual, a experiência é que é diferente. Acho que cuido melhor de dois, do que cuidava quando só tinha o Pedro =) . Aprendo com eles todos os dias e tento rir-me com eles todos os dias. É importante rir e ensinar a rir das nossas fragilidades.
É algo que também me esforço por transmitir ao meu pequenito: a facilidade de rir de rir de si mesmo... Como gostavas que os teus filhos te recordassem?
Como alguém que se ria muito de si mesma, das suas fragilidades e fraquezas. Que apesar de todos os medos lutou sempre sem deitar a toalha ao chão. Gostava que eles tivessem a certeza de que estaria disposta a dar a minha vida por eles se preciso fosse e que quando chorei foi pela minha incapacidade de lhes tirar a dor e foi por medo de que algo menos bom lhes acontecesse. Porque, infelizmente, nós, mães não conseguimos controlar tudo. Gostava que me procurassem, quando e enquanto pais, sentirem medo disto ou daquilo, gostava de dizer-lhes que tudo faz parte do processo de aprendizagem enquanto pais. Gostava ainda que soubessem que os fazia rir todos os dias ainda que por um qualquer motivo, estivesse destruída por dentro.
Somos um nadita parecidas nesta coisa de rir sobre si mesma. :)
As birras são muito comuns e o talvez aquilo que os pais mais temem. como reages quando elas surgem?
O meu filho mais novo ainda não faz grandes birras e quando está mais rabugento consigo controlar facilmente. O Pedro é muito teimoso, quando estamos em público, ignoro o "espalhafato" e tento explicar-lhe que se está a portal mal. Nunca tive nenhuma birra grave, felizmente.
Queres destacar alguma coisa gira ou recente?
Sim. O Pedro é muito tímido, mas tem uma relação muito gira com uma menina da sala dele. São inseparáveis e andam sempre juntos. Curiosamente, sinto-me tranquila quando estão juntos, sinto que,sendo , a menina um pouco mais velha, que o protege. Isso tranquiliza-me. O Paulo é muito mexido e quando o irmao chega a casa estende os braços para que o mano o apanhe. Acho muito bonito esta relação entre eles.
Na maternidade há sempre momentos especiais e que nos marcam, qual foi o teu?
Quando o meu primeiro filho Pedro, aos 20 meses, disse o alfabeto. Fiquei perplexa. O Pedro começou a falar muito cedo e a andar muito tarde. Desenvolveu um vocabulário excelente, mas é um trapalhão a andar e a correr.
Tive um susto com o Paulo, quando tinha dois meses. A pediatra disse-me que o Paulo tinha um sopro no coração. Felizmente, com o crescimento, esse sopro desapareceu.
Algum segredo para a gestão do tempo?
Quando engravidei do Pedro estava a trabalhar em part-time e na altura em conversa com o meu marido, concluímos que seria benéfico ficar em casa uns tempinhos com o bebé. Entretanto, o tempo passou e pensámos ter outro filho (Paulo). O Pedro já está no Jardim de infância mas o Paulo ainda está comigo em casa. Embora me levante muito cedo, para ter o meu espaço e fazer as minhas coisas, consigo gerir o tempo de modo a tratar da casa, dar atenção a um e a outro e algum tempo para o maridinho também. Sinto muita necessidade de voltar ao trabalho, estou a pensar voltar ao mercado de trabalho este ano, em Setembro, quando também, o Paulo for para a cresce.
Que conselho darias a futuros pais?
Todos os pais aprenderão por si mesmos a serem pais do seu filho. O que quero dizer é que existe um tempo de habituação à nova rotina e a cada membro da família, incluindo o bebé. Quando se conhece o nosso bebé é mais fácil gerir a rotina e controlar os medos de cada um. Acima de tudo não tenham medo de serem pais. Errar é inevitável mas com amor tudo se ultrapassa.
Alguma vez te arrependeste de uma decisão/opção?
Sim. O meu filho Pedro é muito tímido. Penso que o deveria ter metido na cresce aos dois anos e não aos três. Ás vezes, dou por mim a pensar que de tanto lhe querer bem, o prejudiquei a nível de socialização com outras crianças. Embora ele brincasse imenso, o jardim de infância é mais benéfico nesse sentido.
Para terminar, peço-te que definas a maternidade numa só palavra e expliques a opção.
Mundo. A maternidade é um mundo. Há um sem fim de sentimentos, de aprendizagens e emoções. Há um sem fim de medos e receios, mas apesar de tudo isto, sempre que tenho os meus filhos nos braços, tenho a certeza que neles carrego o mundo. O meu mundo.
Olá mamãs, hoje o tema é alimentação - durante as próximas semanas irei colocar aqui algumas dicas/tabelas e receitas para mamãs e filhos com indicações nutricionais para cada faixa etária.
É importante manter um peso saudável antes e durante a gravidez. O aumento médio de peso durante os 9 meses de gravidez deverá estar entre os 11,5 e os 16 kg. Se tiver excesso de peso deverá engordar um pouco menos durante a gravidez. Em todo o caso, caso tenha dúvidas sobre o seu peso, deverá sempre aconselhar-se junto do seu profissional de saúde.
ÁCIDO FÓLICO É o nutriente mais importante a incluir antes da conceção e durante as primeiras 12 semanas de gravidez. Os folatos podem contribuir para o crescimento dos tecidos maternos durante a gravidez, assim deverá consultar o seu profissional de saúde sobre a possível utilização de um suplemento de ácido fólico durante as primeiras 12 semanas. Podendo incorporar ainda na sua alimentação o consumo de vegetais de folhas verdes, bem como alimentos enriquecidos com ácido fólico, tais como alguns leites e cereais.
FERRO É um nutriente essencial para o desenvolvimento cognitivo normal do bebé, contribuindo também para a formação normal de glóbulos vermelhos durante a gravidez. Deve tentar consumir alimentos ricos em ferro duas vezes por dia, durante a sua gravidez. Os alimentos ricos em ferro incluem: carne vermelha, ovos, frutos secos e vegetais de folha verde.
CÁLCIO É essencial para o desenvolvimento normal dos ossos do seu bebé e para manter os seus próprios ossos fortes e saudáveis2. A melhor fonte de cálcio é a que se obtém através do leite e produtos derivados do leite, tais como o iogurte e o queijo. Outras fontes de cálcio incluem os espinafres, peixe enlatado e sementes.
VITAMINA D Ajuda o seu corpo a absorver o cálcio e ajuda a construir as reservas de vitamina D do seu bebé, por isso procure incluir na sua alimentação alimentos como peixes gordos, ovos ou leites enriquecidos.
ÓMEGA-3 O ácido docosahexaenóico é um tipo de ácido gordo que contribui para o desenvolvimento cerebral e visual normal do bebé. Tente incluir peixes gordos na sua alimentação uma ou duas vezes por semana, tais como salmão, cavala, truta ou arenque. Outras fontes de ácidos gordos ómega-3 incluem sementes, como por exemplo as de abóbora ou sésamo.
IODO
O iodo tem como função fundamental a biossíntese das hormonas tiroideias (T3 e T4 – triiodotironina e tiroxina, respetivamente), as quais desempenham um papel muito importante no crescimento e desenvolvimento dos nossos órgãos, e principalmente do cérebro.
Boas fontes de iodo são as algas, peixe, leite e derivados e alguns hortícolas.
No entanto, a quantidade de iodo presente nos vários alimentos é muito variável, dependendo de vários fatores, pelo que é difícil estimar o aporte de iodo através da alimentação.
Nota importante: os conselhos nesta página referem-se a conselhos generalizados e proveninetes da internet e/ou experiências pessoais relativos à gravidez. Por favor aconselhe-se sempre com o seu médico ou especialista.
Olá a todos, hoje venho falar-vos de algo bastante importante e que normalmente não há grande informação.
A baixa por assistência aos filhos é atribuída aos pais que necessitam de se ausentar do local de trabalho para prestar a devida assistência aos filhos em caso de doença ou acidente.
Quando se opta por este tipo de baixa, a mesma é passada pelo médico de família e deve indicar o período de dias de assistência.
O pagamento da mesma é feito a 65% e para calcular deve dividir-se o total das remunerações dos primeiros seis meses civis por 180 - não contabilizando subsidio de ferias e natal.
A baixa médica para assistência a filhos pode durar até 30 dias por ano, sejam eles tirados de forma seguida ou alternada, mas este número pode variar consoante a idade do menor.
Para filhos menores de 12 anos: a baixa é de 30 dias seguidos ou alternados.
Para filhos maiores de 12 anos: a baixa é de 15 dias seguidos os alternados.
Só terá direito a esta baixa quem cumprir os seguintes requisitos:
Não ter dívidas à Segurança Social
Exercer uma actividade profissional
Ter no mínimo 6 meses de descontos para a Segurança Social
A Depressão pós-parto é um problema sério que não deve ser ignorado ou menosprezado. De acordo com dados da Direcção-Geral de saúde acomete cerca de 12% a 16% das mulheres que são mães, levando a uma série de consequências para a mulher, casal e restante família a nível biopsicossocial.
No entanto, nem sempre é fácil para muitos distinguir entre Baby Blues e Depressão pós-parto. No início, uma depressão pós-parto pode ser semelhante ao Baby Blues. Afinal, ambas as situações partilham muitos sinais e sintomas, incluindo as alterações do humor, choro frequente, tristeza, insónia e irritabilidade.
A diferença está na severidade e maior duração da sintomatologia no caso da depressão pós parto. Exemplo de alguns sinais e sintomas típicos e que predominam aquando da presença de uma depressão pós-parto são:
Falta de interesse/Interesse excessivo pelo bebé;
Sentimentos negativos para com o bebé;
Grande preocupação relativamente à incapacidade de cuidar do bebé;
Falta de interesse em relação a si própria;
Falta de energia e motivação;
Tendência para o isolamento social, demonstrando pouca ou nula vontade em estar com a família e amigos;
Sentimentos de inutilidade e culpa face ao seu papel materno;
Alterações significativas de apetite e/ou peso;
Dormir muito mais ou muito menos do que o habitual;
Pensamentos recorrentes de morte, suicídio, e/ou uma grande vontade de fazer mal ao bebé.
Tal como relata a Maria, familiar de uma mulher que desenvolveu uma depressão pós-parto, e que partilhou a sua experiência connosco, a cunhada que há poucos dias tinha sido mãe “veio para casa e não olhava sequer para o bebe”, o que fez com que a Maria e a sua Mãe (a avó do bebé), na época, tivessem de se ter responsabilizado pelos cuidados ao respectivo, dado que a mãe não se encontrava em condições para tal.
A depressão pós-parto surge normalmente pouco depois do nascimento do bebé e desenvolve-se num período de vários meses, podendo ocorrer ao longo da gravidez até um ano após o parto. Tal como aconteceu com a Ana, uma leitora assídua do nosso blogue e que partilhou connosco a sua história:
“O ponto de ruptura foi perceber que passados 2 meses eu continuava a abanar a minha filha, gritava com ela com frequência, cheguei a gritar que a detestava. A seguir chorava imenso pelo mal que sabia que lhe estava a fazer, que ela não tinha culpa nenhuma. Custou-me muito admitir que fazia isto à minha filha, custou-me admitir a mim mesma, ao meu marido, ao resto das pessoas. Pensei que iria conseguir ultrapassar sozinha, mas não consegui. Decidi pedir ajuda médica e foi me diagnosticada depressão pós-parto.”
No entanto, em algumas mulheres os primeiros sinais só se tornam mais evidentes após vários meses de terem sido mães. Tal como aconteceu com a Joana, uma das leitoras do blogue que partilhou connosco a sua história referindo que
“A depressão começou a instalar-se e eu não me apercebi, até ao dia que a médica me pergunta se ele me ajudava comas tarefas e eu desato num pranto. Tinha o meu filho seis meses quando comecei a tomar anti depressivos”.
Para além disso, as causas da depressão pós-parto ainda permanecem pouco claras, contudo, são apontadas vários tipos de alterações a nível físico, psicológico e social.
FIM
Resta-me desde já agradecer á Ana Vale pela sua disponibilidade e ajuda neste campo do Baby Blues e Depressão pós parto - um tema tão importante e ainda tão pouco aprofundado.
Header original da Mula com ilustrações de Inslee Haynes e Emily Donald