Baby blues e Depressão Pós parto - Por: Ana Vale
Olá mamãs, hoje trago-vos a segunda parte do texto da Ana Vale que fala sobre a Depressão pós-parto.
Para quem não teve hipotese ou não viu - aqui está a primeira parte do texto.
(Imagem retirada da Internet)
A Depressão pós-parto é um problema sério que não deve ser ignorado ou menosprezado. De acordo com dados da Direcção-Geral de saúde acomete cerca de 12% a 16% das mulheres que são mães, levando a uma série de consequências para a mulher, casal e restante família a nível biopsicossocial.
No entanto, nem sempre é fácil para muitos distinguir entre Baby Blues e Depressão pós-parto. No início, uma depressão pós-parto pode ser semelhante ao Baby Blues. Afinal, ambas as situações partilham muitos sinais e sintomas, incluindo as alterações do humor, choro frequente, tristeza, insónia e irritabilidade.
A diferença está na severidade e maior duração da sintomatologia no caso da depressão pós parto. Exemplo de alguns sinais e sintomas típicos e que predominam aquando da presença de uma depressão pós-parto são:
Falta de interesse/Interesse excessivo pelo bebé;
Sentimentos negativos para com o bebé;
Grande preocupação relativamente à incapacidade de cuidar do bebé;
Falta de interesse em relação a si própria;
Falta de energia e motivação;
Tendência para o isolamento social, demonstrando pouca ou nula vontade em estar com a família e amigos;
Sentimentos de inutilidade e culpa face ao seu papel materno;
Alterações significativas de apetite e/ou peso;
Dormir muito mais ou muito menos do que o habitual;
Pensamentos recorrentes de morte, suicídio, e/ou uma grande vontade de fazer mal ao bebé.
Tal como relata a Maria, familiar de uma mulher que desenvolveu uma depressão pós-parto, e que partilhou a sua experiência connosco, a cunhada que há poucos dias tinha sido mãe “veio para casa e não olhava sequer para o bebe”, o que fez com que a Maria e a sua Mãe (a avó do bebé), na época, tivessem de se ter responsabilizado pelos cuidados ao respectivo, dado que a mãe não se encontrava em condições para tal.
A depressão pós-parto surge normalmente pouco depois do nascimento do bebé e desenvolve-se num período de vários meses, podendo ocorrer ao longo da gravidez até um ano após o parto. Tal como aconteceu com a Ana, uma leitora assídua do nosso blogue e que partilhou connosco a sua história:
“O ponto de ruptura foi perceber que passados 2 meses eu continuava a abanar a minha filha, gritava com ela com frequência, cheguei a gritar que a detestava. A seguir chorava imenso pelo mal que sabia que lhe estava a fazer, que ela não tinha culpa nenhuma. Custou-me muito admitir que fazia isto à minha filha, custou-me admitir a mim mesma, ao meu marido, ao resto das pessoas. Pensei que iria conseguir ultrapassar sozinha, mas não consegui. Decidi pedir ajuda médica e foi me diagnosticada depressão pós-parto.”
No entanto, em algumas mulheres os primeiros sinais só se tornam mais evidentes após vários meses de terem sido mães. Tal como aconteceu com a Joana, uma das leitoras do blogue que partilhou connosco a sua história referindo que
“A depressão começou a instalar-se e eu não me apercebi, até ao dia que a médica me pergunta se ele me ajudava comas tarefas e eu desato num pranto. Tinha o meu filho seis meses quando comecei a tomar anti depressivos”.
Para além disso, as causas da depressão pós-parto ainda permanecem pouco claras, contudo, são apontadas vários tipos de alterações a nível físico, psicológico e social.
FIM
Resta-me desde já agradecer á Ana Vale pela sua disponibilidade e ajuda neste campo do Baby Blues e Depressão pós parto - um tema tão importante e ainda tão pouco aprofundado.