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Mães mais que [im]perfeitas

Amamentação

Cá está ele, o tema que tanto arrancar de cabelos desencadeia nas mães. Esteve ali uma porrada de tempo nos rascunhos, mas lá decidi que veria a luz do dia.

Não sou, nem pretendo ser, conselheira de amamentação, mas tal como eu com certeza muitas terão as mesmas dúvidas, os mesmos receios, ouvirão as mesmas opiniões daqui e dali sem saber a qual dar ouvidos. Pois bem, o que fiz aqui é uma compilação das minhas dúvidas, daquilo que aprendi e porque fez sentido para mim seguir alguns conselhos.

Volto a frisar: fez sentido para mim. Ninguém é igual, o que me faz sentido pode ser totalmente descabido para outra pessoa.

Avancemos que se faz tarde.

A amamentação deve ser livre de horário

Após algum receio inicial, por ser mãe de primeira viagem e coisa e tal, mais o medo que o leite não chegasse para o puto, dei de caras com esta afirmação. Acenei que sim, que faz sentido. O miúdo estava habituadinho à boa vida, a não ter que mexer uma palha para se alimentar, ainda mal sabia que tinha nascido e já lhe tentava impor um relógio? Nah, esqueci as horas, se chorava e me parecia fomeca, toca a alimentar o fedelho, mesmo que ainda faltassem 60 minutos para a próxima refeição.

Além do livre horário, deve ser na quantidade e durante o tempo que o bebé quiser

Mais uma afirmação que me fez todo o sentido, quer pelo já enumerei anteriormente - o estar habituado a uma vidinha santa - quer pelo facto de saber que o leite se altera durante a mamada. Surpreendidos? É verdade, o leite não é sempre igual: numa primeira fase é mais líquido, mais aquoso para saciar a sede. Só depois dá lugar a um leite mais espesso e rico em nutrientes que irão engordar - assim se espera - a cria. Se alguma vez tirarem leite com a bomba, vão ver isso mesmo: o primeiro leite jorra com muito mais facilidade, já o segundo às vezes é uma valente seca. Se deixarem o recipiente a repousar um par de horas, verão que há uma separação de líquidos, o mais líquido em cima, o mais espesso em baixo.

Para além disso, ninguém gosta que lhe diga "só tens 10 minutos para te alimentar. Despacha-te.", pois não?

O corpo regula a quantidade e qualidade de leite que o bebé precisa

Se há máquina perfeita neste mundo é o corpo humano. O da mulher então é qualquer coisa de extraordinário. Há medida que o bebé vai mamando, o organismo vai percebendo, ajustando e regulando a quantidade de leite produzida. Não é fantástico? E faz sentido, porque a necessidade de um recém nascido não será igual à de um  bebe com dois meses.

 Não há leites fracos

Aqui está aquilo que nos divide a a mente, nos provoca as maiores dúvidas e nos faz correr à farmácia mais próxima em busca de suplemento para o esfomeado. A verdade é que não há leites fracos. O leite inicial - aquele que jorra mais facilmente - é o primeiro a sair, levando muitas mães a acreditar que a textura aguada é sinónimo de fraqueza nutricional. Nada mais errado. Quando essa primeira "fornada" termina, começa o leite mais espesso. É importante reter que o leite vai mudando, mesmo durante a própria mamada. Portanto, não se preocupem tanto com o aspecto, mas antes com a aparência da vossa cria. Parece-vos saciada? Então é porque está. O que verdadeiramente conta são os gramas, os valores de peso, é esse o verdadeiro indicador de que a amamentação está a resultar. 

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Acima de tudo: não se preocupem tanto. Os primeiros meses são muito exigentes, há toda ou uma rotina - ou ausência dela - a aprender. É tudo novo, para eles e para vocês. Deixem que o vosso instinto vos guie, deixem que as coisas aconteçam naturalmente. O bebé sossega na mama, nem sempre porque tem fome, pode ser cólicas, pode ser o conforto... Não se preocupem com as manhas e vícios. Um recém nascido nas os tem, nem os adquire tão cedo. 

Acima de tudo, mantenham isto na vossa mente: não é o leite que vos define enquanto mãe. Não é por pegarem num biberão de suplemento que são menos mães. Façam o que for melhor para vocês e não só para o bebé. Em nada é benéfico para o vosso filho ser amamentado por uma mãe com uma numa pilha de nervos ou a chorar com dores. Se se fartarem, esqueçam e passem para outra. Sem grandes dramas, nem culpas. Não é por isso que vão ter que ir com ele ao psicólogo aos seis anos. 

Claro que para mim é fácil falar: tive uma amamentação muito fácil que prolonguei até aos 13 meses do Caracolinho, altura em que comecei o desmame. Mas sempre pensei assim. Nem faz sentido ser outra forma, como iríamos aproveitar este pedacinho tão curto da existência deles, entre lágrimas, frustrações e dor? Não faz sentido. Desfrutem ao máximo, com mama ou com biberão. É um tempo que não volta, não faz sentido desperdiça-lo com dramas. 

E por aí, como correu esta experiência?

 

 

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